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O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, disse esta quinta-feira, em entrevista à SIC, que as relações com Portugal não estão isentas de “problemas”, mas decorrem num “quadro de amizade e grande compreensão”.

“É evidente que há reminiscências do passado, que há problemas, mas são bastante localizados”, afirmou o chefe de Estado angolano, que não dava entrevistas há mais de 20 anos e que está no poder em Angola há mais de 30.

“Não nos guiamos por padrões de relacionamento do passado, vivemos uma nova era”, garantiu, referindo que o quadro de possível tensão entre o ex-colonizador Portugal e a ex-colónia Angola “foi superado”, embora haja “certos círculos da vida portuguesa” que exercitem o “saudosismo” de vez em quando.

Sem confirmar a estimativa que aponta para “200 mil” portugueses em Angola, José Eduardo dos Santos realçou que estes “estão numa posição privilegiada para realizar negócios”.

Angola tem uma “grande falta de pessoal qualificado” e os jovens portugueses “são bem vindos”, asseverou.

Recordando que “um dos países que mais investe em Angola é Portugal”, o chefe de Estado falou também dos investimentos angolanos em Portugal. “Não temos ainda grande experiência, mas o que interessa é caminhar”, disse, destacando os investimentos da petrolífera estatal angolana Sonangol.

Sobre as relações com o Brasil, Eduardo dos Santos referiu que são de “forte amizade e alguma cumplicidade”. Além disso, existem interesses económicos que se estendem “a várias áreas de atividade”, das quais enumerou “a construção, a indústria, a agricultura”, acrescentou.

O Brasil tem tido uma “intervenção muito importante no domínio da formação de quadros”, destacou ainda.

Em relação à China, Eduardo dos Santos referiu que “a cooperação é boa”, sublinhando, porém, que Pequim se tem disponibilizado “para emprestar dinheiro” a Angola, mas não se pode “dizer que haja grande investimento direto”.

Já com Israel, as relações são “muito boas” e as “perspetivas de desenvolvimento” igualmente.

Além da cooperação nas áreas financeira e económica, política e diplomática, há “uma relação especial com Israel sobretudo na área da defesa e segurança”, especificou.

LUSA
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