Em entrevista à RTP 1, na passada 3ª. feira, José Policarpo, cardeal patriarca de Lisboa, defendeu, à semelhança de Frederico Ulrich, que o povo português aguenta tudo. Disse, porém, entre outras coisas, que o poder não deve ser utilizado “para fazer aquilo que não é preciso ser feito”.
Acrescentou que os políticos procuram o presidente da conferência episcopal portuguesa e que a igreja “tem que estar presente, oferecendo amor, verdade e fé”. Mais afirmou que no meio político “há gente que está calada e que não há sentido de bem comum, se as pessoas não se sentirem corresponsáveis na sua comunidade”. Os considerandos que tece relativamente ao eventual chumbo do orçamento comunitário pelo Parlamento Europeu, deixo-os para quem de direito a eles se referir embora, nesse ponto concordando com o cardeal, eles não se vão pronunciar, pois “há gente que está calada” e eu acrescentaria sempre calada…
Já alguma vez um qualquer dirigente político, incluindo o ateu Mário Soares, se insurgiu contra algo ligado à igreja católica? Mas é certo que o silêncio dos políticos é, no que concerne a igreja, em tudo semelhante aos do próprio cardeal, a quem nunca se lhe ouviu nada de críticas ao muito que há de criticável na religião católica. Limita-se agora a mencionar, de maneira muito superficial, que a igreja “não é um repositório de pecados e fraquezas” e que “tem uma força silenciosa, a de muitos milhões de cristãos que procuram ser fiéis”. Pois esta é a força que corresponde àquela outra de “muitos milhões” que aceitam, sem se manifestarem, todo o tipo de austeridade que um qualquer governo lhes queira impor!
Quando foram revelados os casos de pedofilia no seio da igreja em Portugal, se o nosso Povo tivesse a atitude correta, ter-se-ía manifestado em massa frente ao patriarcado e forçado o detentor do “poder espiritual” a demitir-se!
E, por ora, aqui me fico!
4ª Feira**Por Dominick George**20/02/2013
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