Foi num ambiente de altas rotações que a Yamaha Factory Racing apresentou a nova imagem das YZF-M1, no passado fim de semana em Jerez, com os seus pilotos Jorge Lorenzo e Valentino Rossi no último teste oficial de MotoGP da pré-temporada.
O Regresso de Valentino Rossi à equipa Yamaha tem sido um dos eventos mais importantes da pré-temporada. O italiano reencontrou Jorge Lorenzo, e atual campeão mundial, que se mantém na Yamaha desde 2008. Ambos os pilotos estiveram presentes em Jerez na sexta-feira para assistir à apresentação da Yamaha e responder às perguntas da imprensa ao lado de Lin Jarvis, diretor da Yamaha Factory Racing.
“Este ano vai ser muito interessante”, disse Jarvis. “A situação, obviamente, mudou muito desde 2008. Naquela época, a nossa estrela era Valentino e Jorge tinham acabado de chegar. Havia uma dinâmica diferente entre os dois pilotos, e não sabiamos o que Lorenzo iria fazer.”
“Agora, os papéis mudaram, e de certo modo, a situação inverteu-se, já que Jorge é o Campeão do Mundo Valentino e volta para procurar reencontrar seu nível, e voltar a lutar pela vitória. Se estou emocionado? Claro. Este ano será diferente, mas igualmente tão ou mais interessante como os anteriores! ”
Hiroyuki Yanagi, presidente e CEO Yamaha Motor Co. Ltd.
“Esta temporada, a Yamaha vai enfrentar um novo desafio e aspiramos ao máximo com Jorge Lorenzo, que para defender o título de MotoGP e Valentino Rossi, que está de volta à família Yamaha. O vosso incentivo e o apoio dos nossos patrocinadores são a força que nos impulsiona em cada uma de nossas vitórias e espero poder contar com vocês também esta época.”
Em 2013, a Yamaha Factory Racing pretende recuperar os títulos de equipa e construtor, conseguidos em 2010, na última época em que Valentino e Jorge compartilhavam a box.”
Durante a apresentação, Jorge Lorenzo respondeu às perguntas dos jornalistas presentes.
Estás satisfeito com o trabalho dos engenheiros da Yamaha?
Sim, os engenheiros no Japão têm feito um grande trabalho, especialmente com o novo chassis. Permite levantar-me mais rápido à saída das curvas. O nosso principal objetivo agora é melhorar o motor, para obtermos ainda mais velocidade.
O que falta para a M1 para se tornar a “moto perfeita”?
O motor é provavelmente o seu ponto mais fraco. Estamos a testar novos componentes que, esperamos, nos permitirão aumentar a velocidade e acelerar mais à saída das curvas, que é onde perde mais para os nossos rivais. Em qualquer caso, em comparação com 2012, estamos muito mais competitivos.
Qual é a tua opinião sobre Valentino, Pedrosa e Marquez após a pré-temporada de testes?
São pilotos muito fortes e com muita experiencia. Reúnem entre eles muitos títulos de campeões do mundo! O Valentino já ganhou nove títulos, e em corrida consegue mudar de estratégia rapidamente. Pedrosa é muito rápido, e não apenas numa única volta, também tem grande ritmo de corrida. Marquez vem da Moto2 com muita energia, é muito agressivo e acho que tem tudo para ser competitivo no MotoGP desde o início.
Em 2010, depois de ganhares o título Mundial correste com o número 1. Por que não este ano?
A primeira vez que fui Campeão do Mundo coloquei o número um na minha moto. Fiquei muito feliz, porque era a primeira vez que o poderia usar em MotoGP, mas o final da época não me correu muito bem, apesar de ter terminado em segundo, que é um resultado muito bom. Consegui dois títulos com o “99” e os fãs conhecem-me melhor com este número, por isso decidi usá-lo este ano.
Vencer este ano significaria apanhar Wayne Rainey. É um estímulo?
Wayne Rainey é uma das lendas do MotoGP e alcançar o seu número de campeonatos seria uma grande honra para mim. Wayne é um bom amigo e conseguir o mesmo número de títulos mundiais seria incrível, um sonho.
A chegada de Valentino preocupa-te motiva-te? Como é a tua relação com ele?
Provavelmente, a nossa relação melhorou relativamente aos últimos três anos. Agora estamos um pouco mais velhos, mais maduros. Não precisamos ser amigos, como no futebol ou no basquete, mas se o relacionamento é bom, todos ganhamos. Devemos puxar na mesma direção. O seu regresso vai ajudar-me e aos engenheiros.
Valentino à parte, o título deste ano pode ser uma questão entre espanhois. É importante para ti terminar como o melhor espanhol no final da temporada?
Obviamente que entre os pilotos da mesma nacionalidade à mais rivalidade. E com tantos e bons pilotos espanhóis é muito difícil!.
A renovação de dois anos com a Yamaha dá-te uma motivação extra?
Mais que uma motivação especial, a assinatura do contrato por mais dois anos deu-me a paz que eu precisava para se concentrar no campeonato.
Desporto motorizado de duas rodas **Por Mário Andrade e António Vermelho **28/03/2013**