foto: José Sena Goulão / Lusa //
Henrique Granadeiro e Zeinal Bava são os mais recentes arguidos da Operação Marquês que tem José Sócrates como figura central. A unir os três nomes estão as alegadas “luvas” pagas por Ricardo Salgado, para beneficiar o Grupo Espírito Santo, que ascenderão a quase 100 milhões de euros.
A tese do Ministério Público (MP) é de que Bava e Granadeiro receberem 20 milhões de euros cada um em “luvas”, alegadamente pagas pelo Grupo Espírito Santo (GES), por ordem de Ricardo Salgado, conforme noticia o Correio da Manhã.
O Diário de Notícias refere que Bava é “suspeito de ter recebido 18 milhões de euros”, notando que o ex-gestor da PT alega que este valor se refere a um empréstimo que já terá devolvido.
José Sócrates terá recebido cerca 29 milhões de euros do GES, segundo as contas do jornal Sol, que acrescenta que o ex-primeiro-ministro ainda terá sido subornado pelos Grupo Lena e pelo empreendimento turístico de Vale do Lobo num total de 32,8 milhões de euros de supostos pagamentos ilegais.
O nome de Armando Vara, outro dos arguidos mediáticos da Operação Marquês, também terá recebido contrapartidas do GES, quando era administrador da Caixa Geral de Depósitos, de acordo com o Sol.
O semanário adianta que, entre 2006 e 2011, o GES terá pago cerca de 96 milhões de euros em “luvas” para obter benefícios em “quatro negócios que só puderam ser concretizados em resultado de decisões políticas e empresariais polémicas”,.
O semanário refere designadamente “a OPA da Sonae à PT, que implicava a desblindagem dos estatutos da empresa (2006), a autonomização (spin off) da PT Multimédia (2007), a venda da Vivo à Telefónica (2010) e a compra da Oi” – operações que garantiram avultados dividendos ao GES e contribuíram para o colapso da PT.
Já tinha sido notícia que o MP suspeita que Salgado, também arguido na Operação Marquês, pagou 40 milhões de euros a Sócrates e Bava para “enterrar a PT”.
As “luvas” terão sido distribuídas por via do chamado “saco azul” do BES, a offshore Espírito Santo Enterprises, englobando cerca de 30 milhões de euros “investidos” no falhanço da OPA da Sonae sobre a PT e à roda de 66 milhões nos restantes negócios, segundo o Sol.
Com estes novos desenvolvimentos na Operação Marquês, começa a duvidar-se que o prazo estabelecido pela procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, para a elaboração da acusação seja cumprido. A data prevista é 17 de Março.
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