Só uma em cada sete pessoas tem acesso a uma imprensa livre no mundo, segundo um relatório publicado que aponta 2013 como o “ano mais negro” da última década para a liberdade de imprensa.
Egito, Turquia, Ucrânia mas também Estados Unidos estão entre os países apontados como tendo registado maiores perdas de liberdade de imprensa no relatório da organização Freedom House, que se realiza anualmente desde 1980.
Em 2013, segundo o relatório, apenas 14% da população mundial tinha acesso a uma imprensa “livre”, o que corresponde a uma em cada sete pessoas. Cerca de 44% da população mundial vive em países onde a imprensa “não é livre” e 42% em regiões onde os ‘media’ são “parcialmente livres”.
Classificando os países numa escala de um (menos restrições e mais liberdade) a 100 (mais restrições e menos liberdade), o relatório identifica a Suécia como o país onde a imprensa é mais livre, com 10 pontos, e a Coreia do Norte como aquele onde é menos livre, com 97 pontos.
Portugal é classificado com 18 pontos, mais um do que em 2012, em 22.º lugar.
Entre os países de língua oficial portuguesa, apenas Cabo Verde e São Tomé e Príncipe estão no grupo de países com imprensa livre, com 27 e 28 pontos, respetivamente.
Timor-Leste (35 pontos) e Moçambique (45) surgem no grupo de países de imprensa “parcialmente livre” e a Guiné-Bissau (67) e Angola (69) no grupo de países onde a imprensa não é livre.
A Guiné-Equatorial, candidata à adesão à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), figura igualmente no grupo “não livre”, com 90 pontos, à frente apenas de Cuba, Bielorrússia, Eritreia, Uzbequistão, Tajiquistão e Coreia do Norte.
A avaliação geral do exercício da liberdade de imprensa caiu em 2013 para o nível mais baixo desde 2004 e o número de pessoas com acesso a ‘media’ livres foi o mais baixo desde 1996.
“As tendências gerais são decididamente negativas”, considerou Karin Karlekar, diretora de projeto do relatório.
“Observamos uma regressão geral da liberdade de imprensa, com governos e agentes privados que atacam jornalistas, seja impedindo-lhes o acesso a acontecimentos, seja censurando-os, seja despedindo-os por motivos políticos”, afirma a organização não-governamental num comunicado que acompanha o relatório.