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Desporto motorizado de duas rodas **Por Mário Andrade** 01/12/2012 **
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 Em Le Mans anunciou que esta seria sua última temporada no Mundial,  algo bastante  estranho para um atleta com apenas 27 anos no auge da carreira, mas Casey Stoner tem suas razões. As suas criticas à gestão da Dorna e as constantes mudanças no regulamento, a razão principal para a sua despedida é que leva 15 anos de viagens à volta do mundo longe de sua Austrália terra natal. 

Desde que me lembro sempre fui piloto e penso ser a hora de a vida com sua esposa e filha Adriana Alessandra. Mas muita gente não entende, este abandono prematuro, ainda para mais porque o Mundial perde uma pedra angular, um piloto com um talento extraordinário e o único que ganhou com a Ducati Desmosesidi apelidada de selvagem. Mesmo Casey Stoner diz nesta entrevista agora saboreava  mais os triunfos com a Honda do que com  com a moto italiana …… nos seus planos imediatos pensa desfrutar e fazer todas as coisas que não lhe eram permitidas fazer quando era piloto profissional. Para queimar a adrenalina está em negociações com várias equipas do campeonato australiano de  V8Supercars…. facto determinante de acordo com as suas palavras foi “ter perdido a paixão, já não é a  mesma de quando eu era criança e chegou ao paddock. Mas há mais razões para desistir, um dia irei explicar os pormenores. Para já eu digo que perdi o respeito por este campeonato  e pela direcção que tomou, “

  Quais foram os passos mais importantes da sua carreira? 

“realmente não acho que existam passos importantes, todos os passos que da minha carreira levaram  de um ponto para outro, não existe um ponto crítico, simplesmente tomei direções diferentes até  chegar ao ponto a que cheguei no final da carreira.  Eu não posso dizer que houve um ponto de viragem na minha carreira. ”

De tudo o que conseguiste o que te dá mais orgulho? 

“Para ser honesto do que eu estou mais orgulhoso este ano é de ter tido minha filha, mas falando sobre desporto eu acho que o meu melhor momento foi como se meu segundo título mundial no ano passado. O primeiro com a Ducati deveria ser o de maior orgulho, mas infelizmente eu recebi muitas criticas  por parte da imprensa, com desculpas de que nós ganhamos pelos  pneus que tínhamos…  algo que agora as pessoas já se aperceberam que não foi…  mas com a Honda no ano passado foi muito especial, porque foi mais ou menos uma temporada perfeita e teria sido um ano recorde em termos de vitórias, mas não foi possível porque aconteceram coisas lamentáveis durante a época ”

Qual foi o melhor e o pior momento da sua carreira?

“O melhor momento digo mais uma vez, foi no ano passado, mas, provavelmente, também Phillip Island deste ano, foi definitivamente um grande momento, ver tantas pessoas na ilha para me apoiar foi incrível e ganhar a corrida foi como um conto de fadas. O pior da minha carreira foi, provavelmente, em 2009, quando não sabíamos o que estava mal comigo e depois de ver muitos médicos, ninguém sabia o que se passava. Depois de muitos testes e tudo o mais, não houve resposta, então pensei que era o fim da minha carreira. Esse foi definitivamente o pior. ”

 

Qual é a coisa mais difícil que fizeste sobre uma moto, seja de  Grande Prémio, motocross, dirt track…? 

“não me lembro de nada de especial, mas a coisa mais difícil que eu aprendi é entrar dentro da curva a travar, é complicado, porque estás sempre perto de uma queda, mas sem cair. Isso faz com que a moto curve em menos espaço, mas também pode ser a maneira mais fácil de cair. Para mim, isso é o mais difícil, porque se vêm as quedas que ocorrem nestas derrapagens.  Mas para mim  é algo que vem naturalmente e acho que é fácil. Pode parecer simples,(?) mas quando se faz no vértice de uma curva não é tão simples. E não travo só a roda da frente, a roda de trás também tem de ser compensada com o travão. Creio que nem eu faço na perfeção, porque é algo muito complicado de aprender e fazer, mas  pode ajudar a ganhar corridas. ”

Arrependes-te de alguma coisa?

“Não, acho que não. Eu não olho para o passado a pensar como poderia ter feito as coisas de outra maneira, porque o que está feito está feito. Eu sou uma pessoa que sempre olha para o futuro e não o passado. ”

Qual foi a melhor vitória da tua carreira? 

“não sei. Eu tive muitas lutas e muitas batalhas diferentes durante a minha carreira, por isso é quase impossível dizer uma. Há corridas onde eu lutei umas vezes com pilotos da frente, outras do grupo detrás, mas escolher uma … É complicado. ”

Agora que não vais voltar a correr podes revelar alguns segredos ?

“Não, eu não vou revelar nenhum dos meus segredos. Acho que vou levá-los para a campa comigo … sinceramente, tive muitos momentos difíceis, grandes lesões com os quais tive de lidar e fazer corridas.”

Como eras capaz de acelerar mais cedo e de forma mais eficaz que os teus adversários desde que chegas-te a 125 cc ? 

“Eu não tenho certeza, acho que confio muito no meu estilo de pilotagem,  conduzo a moto derrapando de traseira, sinto-me
confortável assim, talvez os outros pilotos não se sintam assim a derrapar de traseira.

Para mim o ponto mais crítico foi sempre travagem e a entrada na curva. Muitos pilotos desaceleram melhor do que eu, especialmente no inicio, então tive que usar a minha maior vantagem que sempre foi quando acelero. É difícil dizer o que é o segredo, porque é algo que que considero natural.

 

” Quais os pontos débeis dos teus adversários que te serviram para atacar? 

“Claro, que sempre encontras as fraquezas de seus adversários. Mas também não posso contar. ”

Existe algum sonho que ainda não realizas-te? “

Para ser honesto não. Este ano foi um pouco decepcionante, porque pensei que poderíamos lutar pelo campeonato até o fim, e até
àqueda em Indianápolis tive hipóteses de lutar pelo título. Mas as coisas são como são e à que olhar para o futuro. Estou muito feliz com o que tenho conseguido, com certeza que sempre se pode ter mais, mas não acredito que algum piloto esteja feliz a cem por cento com o que conseguiu. Mas como já disse saio feliz como que consegui ”

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