foto : António Pedro Santos / Lusa
A informação é avançada esta sexta-feira pelo Observador, que contam que a juíza disse ter existido um erro informático e que por esse mesmo motivo se esqueceu de anunciar uma alteração à acusação pública: onde se lia que foi António Joaquim a disparar deve ler-se que foi Rosa Grilo, dizem os juízes.
O Observador precisa que foi um lapso informático que fez com a alteração não fosse registada, não sendo esta por isso anunciada pela juíza. O jornal frisa que esta alteração não implica automaticamente que esta seja a alteração final do tribunal até porque estes factos, mesmo alterados, podem ser dados como não provados.
As “alterações não substanciais” da acusação, anunciadas pelo tribunal a 10 de janeiro, atribuíam a Rosa Grilo a decisão de matar o seu marido, teria sido a autora moral. António Joaquim, o seu alegado amante, era referido como o autor do disparo.
A nova alteração atribuiu agora a Rosa Grilo a autoria do disparo.
Face às alterações anunciadas, a juíza deu três dias às defesas para se pronunciarem, dizendo que se quiserem produzir novas provas terão de o fazer já na terça-feira, data em que o julgamento de Rosa Grilo e António Joaquim continua.
O julgamento vai prosseguir na terça-feira, com a inquirição de duas testemunhas, segundo um despacho do tribunal de Loures, a que a agência Lusa teve acesso.
Em resposta a um pedido da defesa de Rosa Grilo, o tribunal admitiu a inquirição de duas testemunhas, advertindo que “apenas se permitirá que sejam ouvidas relativamente à matéria factual que integra a alteração não substancial”, que foi comunicada em 10 de janeiro, data em que estava marcada a leitura do acórdão.
O crime terá sido cometido para poderem assumir a relação amorosa e beneficiarem dos bens da vítima – 500.000 euros em indemnizações de vários seguros e outros montantes depositados em contas bancárias tituladas por Luís Grilo, além da habitação.
Ambos estão a ser acusados pelos procuradores dos crimes de homicídio qualificado agravado, profanação de cadáver e detenção de arma proibida.
O corpo foi encontrado com sinais de violência e em adiantado estado de decomposição, mais de um mês após o desaparecimento, a cerca de 160 quilómetros da sua casa, na zona de Benavila, concelho de Avis, distrito de Portalegre.