- Pub -

Desloquei-me hoje, uma vez mais, à Loja do Cidadão das Laranjeiras. É assustador o ambiente que lá se vive, relativamente a algumas das repartições. Então vejamos: quem pretenda tratar de qualquer assunto relacionado com os Serviços da Segurança Social, digamos, no dia seguinte, tem que estar já às 7h da manhã numa fila, pois de contrário já não conseguirá tratar do que quer que seja nesse dia! Amiga minha esteve nessa fila e às 8h e obteve (digamos que, com sorte), uma senha que lhe permitiu ser atendida às 16h. Idêntica situação se passou com um filho dela, ainda recentemente.    

A alternativa é fazer (como ilustram as fotos anexas), montar cama como fazem os sem-abrigo e pernoitar por lá. Este sistema existiu (não sei se ainda acontece) para se ser atendido no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (aos Anjos), onde muitas noites passei no interior do automóvel, para que a cidadã estrangeira com quem vivia em união de facto pudesse tratar de assuntos que essa cidadania impunha. Dir-se-ía: não há problema, são estrangeiros e se não estiverem satisfeitos que regressem aos seus países de origem! Claro que que digo isto apenas em sentido figurativo, pois ainda assim nunca estaria correcto.

Mas a Loja do Cidadão é, principalmente, vocacionada para os nacionais. Não obstante, o tratamento que lhes é proporcionado é aquele que alguns (felizmente que cada vez se encontram menos), dão aos cães rafeiros.                                         Para evitar este estado de coisas, poderemos deslocar-nos aos serviços localizados no Areeiro, onde os utentes só têm atendimento com marcação telefónica. Isto, em princípio deveria resolver o problema, sem balbúrdias e sem perda de muitas horas de descanso ou de trabalho. O problema é que quando se telefona, o contacto é com uma gravação que informa que de momento não podem atender- “desligue e tente mais tarde”. Tenta-se mais tarde e a situação repete-se.

A pergunta que aqui deixo é a seguinte: Não haverá dirigentes, sejam eles governamentais, da oposição, dos sindicatos, das igrejas, de outras organizações, com inteligência bastante para corrigirem este autêntico ataque ao bem-estar dos cidadãos? Não conseguirão perceber que por cada hora de trabalho que se perde, cada gripe que se apanha, não só perde o cidadão, mas o próprio Estado?

Depois das belíssimas infraestruturas de que o País, felizmente, desfruta, falta agora implementar nos diversos serviços o espírito de que o cidadão merece ser tratado com dignidade e essa, neste momento, não lhe é dispensada. É que a não ser assim, em pouco nos distinguiremos dos países do Terceiro Mundo. É tempo de pugnarmos por um Portugal melhor!

quarta por DG

 

4ª Feira**Por Dominick George**23/01/2013
dominick.george@ipressglobal.com |

- Pub -

Deixe o seu comentário