Opinião Global**Por Dominick George**01/12/2012
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De ano para ano estamos a verificar um surto de criminalidade a que não estávamos habituados em Portugal. Enquanto residente nos Estados Unidos, cheguei a prever a intensificação do crime grave naquele país, em extenso artigo no jornal “Luso-Americano”, que é publicado em Newark.
Infelizmente as previsões saíram certas, sendo hoje Washington, D.C. apelidada de ”capital do crime”. Consideramos poder ser este estado de coisas evitado, se os governantes dos países onde tal deterioração se regista, deixarem de ter seguranças para proteção pessoal. Digo isto porquanto eles passariam a sentir a insegurança que hoje qualquer cidadão regista, onde quer que se encontra e seja qual for a hora do dia ou da noite.
O tema levar-nos-á certamente muito longe, mas tenho a certeza que valerá a pena voltar a ele, dada a importância de que o mesmo se reveste, se tivermos em mente o cidadão comum.
Aproveito até para sugerir a criação neste jornal digital (cuja difusão vislumbro muito ampla num futuro próximo), de uma crónica quinzenal que se chamaria “Recanto do Crime”. Nela se relatariam os casos mais recentes no âmbito da criminalidade e poderia o leitor dirigir-se com a descrição de fatos por si vividos ou do seu conhecimento direto, com vista a que as autoridades respetivas pudessem ser alertadas e isso contribuísse, porventura, para acelerar a correção dos muitos erros ou omissões cometidos nesta área. A partir de certo momento, pelas mais variadas razões, a leis começaram a ser elaboradas com base no “politicamente ou socialmente correto”. Só que nem sempre isso é feito tendo em conta a segurança e bem-estar do comum dos cidadãos.
Exemplifiquemos: quando se registam episódios como os relatados pela imprensa de 25 de Novembro, segundo a qual quatro militares da G.N.R. foram atingidos a tiro de caçadeira, após terem sido chamados devido a um acidente entre dois veículos, pretendiam efetuar o teste de alcoolémia; quando, uma vez detidos após fuga, acabaram libertados, pois a PJ a isso foi forçada, face à lei vigente, a pergunta que isto sugere é: com uma Justiça tão branda, onde vamos acabar? Todo este desrespeito pelos agentes da autoridade e correspondente incremento da delinquência, se pode considerar ter tido origem num dia que nunca devia ter existido, em que o então Presidente Mário Soares, à janela do autocarro em que efetuava uma “Presidência Aberta”, gritou algo como: “Senhor guarda, vá-se embora e diga ao seu colega que desapareça, pois não precisamos de polícia para nada”! Este foi, digamos, o primeiro grande erro. Depois outros lhe têm sucedido já que, por questões de ordem economicista, os Juízes a isso forçados pelas atuais leis, em vez da prisão efetiva, optam por liberdades de vários matizes.
Nos Estados Unidos o condado onde há menor criminalidade é um em que o sheriff coloca os reclusos num campo vedado, onde têm que trabalhar para, com o respetivo salário, indemnizarem as vítimas. Dormem em casernas no local de trabalho. Os delinquentes passaram a preferir outras áreas geográficas onde, à semelhança com o que se passa em Portugal, os detidos tem todos os direitos, muitas vezes acima daqueles usufruídos por muitos dos seus concidadãos!
Até sempre!