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Os Estados Unidos concederam 90 dias às empresas para se adaptarem às sanções impostas à Huawei. Nesse mesmo período de tempo, a empresa chinesa está em negociações com a Google para tentar encontrar uma solução às restrições norte-americanas.
No entanto, o tiro norte-americano pode ter saído pela culatra, já que com o corte de relações com a Huawei está a afetar drasticamente as ações das empresastecnológicas dos Estados Unidos. Segundo o Jornal de Negócios, a Qualcomm caiu 4,5%, enquanto a Apple desvalorizou mais de 3%. A própria Nasdaq perdeu 1,29% e fechou o dia com 7.713,04 pontos.
Além da Google, também Intel, Broadcom, Qualcomm e Xilinx suspenderam negócios com a empresa de forma a cumprirem a ordem executiva que proíbe eventuais negócios com a Huawei. Estas empresas são responsáveis pelo fabrico de hardware para os telemóveis da marca chinesa.
Há ainda o medo que Pequim possa responder ao ataque comercial dos Estados Unidos contra a Huawei. Um importante grupo de lobby empresarial que representa empresas americanas na China disse ter “reais preocupações” sobre o assunto.
“Particularmente na sequência da decisão de colocar a Huawei na lista negra, há preocupações de que o governo da China possa decidir retaliar sobre as empresas americanas”, disse Tim Stratford, presidente da AmCham China, em declarações à BBC.
O fenómeno expandiu-se também para o Reino Unido, onde mais empresas deixarão de colaborar com Huawei. As operadores telefónicas britânicas EE e Vodafone cancelaram as vendas do novo Mate 20 X, o primeiro smartphone 5G da Huawei.
“Valorizamos as relações com os nossos parceiros, mas reconhecemos a pressão que alguns deles sofrem, como resultado de decisões politicamente motivadas. Estamos confiantes de que esta situação lamentável pode ser resolvida”, disse, em comunicado, a Huawei após as ações da EE e da Vodafone.
A fabricante de chips ARM também cancelou todos os contratos e deixará de produzir materiais para os telemóveis da empresa detida por Ren Zhengfei. A ARM justificou o corte de relações pelo facto da empresa ter escritórios nos Estados Unidos e, por isso, ter de cumprir com as regras do bloqueio norte-americano à Huawei.
De acordo com o The New York Times, também na Ásia, as empresas de telecomunicações japonesas NTT DoCoMo, KDDI e SoftBank Mobile deixaram de vender telemóveis da Huawei nas suas lojas. O boicote também será levado a cabo pela Panasonic, que suspendeu todos os negócios com a multinacional chinesa.
Os Estados Unidos ponderam também alargar a sua “lista negra” a outras empresas chinesas além da Huawei. O foco de Trump está nas empresas chinesas de videovigilância, líderes mundiais de mercado, nomeadamente a Hangzhou Hikvision Digital Technology e a Zheijang Dahua Technology.
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