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Foto:  António Cotrim / Lusa //

O juiz Rui Rangel pedia quase todos os dias dinheiro ao amigo e advogado Santos Martins, o que fez soar os primeiros alarmes no seio do Departamento de Investigação e Acção Penal e despoletar as perícias que levaram à descoberta de almoços e viagens de luxo, e de gastos com ex-mulheres e namoradas.

 As primeiras investigações feitas ao juiz Rui Rangel, no âmbito da Operação Lex, levaram os elementos do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) aos emails que este trocava regularmente com o advogado Santos Martins – Rangel e Santos Martins são dois dos 13 arguidos do caso.

Nestes emails, Rangel pedia “fortunas a um ritmo compulsivo, por vezes diário”, relata o Correio da Manhã, notando que isso “deixou o juiz Carlos Alexandre estupefacto”.

Rangel solicitaria ao advogado, que também é seu amigo, “que lhe fizesse depósitos de largos milhares de euros” com bastante regularidade, escreve o jornal.

Esse primeiro sinal levou a investigação a analisar à lupa a vida do juiz. E através de “perícias financeiras” foi possível descobrir os “almoços com familiares e amigos na ordem dos 500 euros, férias paradisíacas e vários fins-de-semana em destinos de sonho” e “sempre em hotéis de luxo”, relata o CM.

Além disso, “Rangel sustentou mulheres, namoradas, ex-namoradas, e todas – além de familiares e amigos destas – lhe guardavam dinheiro”, acrescenta o jornal.

Várias destas pessoas, consideradas “testas-de-ferro” do magistrado, são também arguidas no caso, por suspeitas de branqueamento de capitais, nomeadamente duas ex-mulheres do juiz, Fátima Galante e Bruna Amaral, a actual companheira, Rita Figueira, e o pai desta, Albertino Figueira.

O CM conta que a quebra do sigilo bancário e a vigilância da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária permitiram reunir diversos indícios contra Rangel.

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) anunciou, no fim da semana passada, a suspensão de Rangel e de Fátima Galante, também juíza desembargadora, mas esta decisão só deverá ser ratificada na terça-feira, 6 de Fevereiro, em plenário, adianta o jornal Sol.

O anúncio feito precocemente pelo CSM “está a gerar algum mal-estar entre os juízes“, apurou este jornal, destacando que alguns magistrados “consideram errado” que o órgão tenha divulgado a decisão sem que esta tenha sido antes ratificada.

ZAP //

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