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As tropas russas têm as portas abertas para capturar cidades-chave no leste da Ucrânia se tomarem o controlo de Bakhmut, advertiu esta terça-feira o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa entrevista exclusiva à CNN.

“Isto é importante a nível táctico para nós”, afirmou Zelensky, insistindo que as forças ucranianas estão unidas e focadas em assegurar a defesa da cidade, apesar dos intensos ataques russos das últimas semanas.

“Sabemos que depois de Bakhmut eles podem ir mais longe. Podem ir para Kramatorsk, podem ir para Sloviansk, seria um caminho aberto para os russos para outras cidades na Ucrânia na direção de Donetsk”, afirmou o presidente ucraniano ao jornalista Wolf Blitzer, em Kiev. “É por isso que os nossos soldados permanecem firmes.”

O presidente ucraniano apontou ainda que as suas motivações para manter a cidade são “tão diferentes” dos objetivos da Rússia: “Sabemos o que a Rússia quer alcançar lá. A Rússia precisa de pelo menos alguma vitória – uma pequena vitória – mesmo arruinando tudo em Bakhmut, apenas matando todos os civis de lá”, disse Zelensky.

E Zelensky acredita que se a Rússia for capaz de “colocar a sua bandeirinha” em Bakhmut, tal ajudaria a “mobilizar a sua sociedade para criar a ideia de que são um exército muito poderoso”.

Embora Bakhmut não tenha um valor estratégico significativo em si, as suas ligações rodoviárias com Kramatorsk e Sloviansk – dois centros urbanos industriais densamente povoados a noroeste – significam que essas cidades serão as próximas na mira da Rússia se conseguir assumir o controlo.

Alguns comandantes e oficiais de escalão inferior chegaram a questionar o mérito de manter Bakhmut, uma vez que há um número crescente de baixas e um risco crescente de que centenas ou mesmo milhares de soldados ucranianos possam ficar isolados. Mas Zelensky rejeita essas preocupações, afirmando que “nunca ouviu nada parecido” por parte dos seus comandantes.

“Temos que pensar primeiro no nosso povo e ninguém deve ser cercado, – isso é muito importante”, reiterou.

Quase 4.000 civis – incluindo 38 crianças – permanecem na cidade de Bakhmut, informou a vice-primeira-ministra do país, Iryna Vereshchuk, na terça-feira. “Temos equipas especiais de resgate, que ajudam, e veículos blindados. Mas as pessoas costumam abrigar-se em caves, sem deixar quaisquer informações sobre o seu paradeiro”, afirmou. “Isso torna o processo muito mais difícil”.

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