foto: Kiril Janackov
Jack Miller e Miguel Oliveira terminaram a temporada de 2025 com a Prima Pramac Yamaha perante 93.972 espectadores no circuito de Valência (205.319 ao longo dos três dias), numa corrida em que o australiano terminou em 9º, enquanto o português subiu da 18ª posição da grelha para a 11ª. Foi uma corrida, a 22ª da temporada, em que Miller aproveitou ao máximo a sua oitava posição na grelha com uma condução agressiva, mas controlada, navegando boa parte da corrida entre a sexta e a sétima posições. No entanto, um pneu furado no final da corrida obrigou-o a conduzir defensivamente nas últimas 10 voltas, perdendo duas posições para Luca Marini e Brad Binder.
Oliveira, por sua vez, correu inteiramente em modo de recuperação. Conquistou três posições na primeira volta e recuperou várias outras no final, terminando logo fora do top 10 na sua última corrida de MotoGP. Uma celebração à altura de uma longa carreira de 15 anos, abrangendo as categorias de 125cc, Moto3, Moto2 e MotoGP, na qual conquistou 17 vitórias (cinco em MotoGP), 41 pódios, 12 voltas mais rápidas e cinco pole positions.
Para terminar a temporada, ambos os pilotos realizaram uma espetacular derrapagem controlada quando regressaram às boxes — com a borracha do pneu traseiro da YZR-M1 de Oliveira a chegar a incendiar-se brevemente, criando uma cena divertida que entusiasmou os fãs.
MIGUEL OLIVEIRA (#88 Prima Pramac Yamaha MotoGP)-P11: “ Foi uma boa corrida de despedida para mim. Fizemos alguns ajustes para o warm-up, a moto estava muito melhor e a corrida confirmou isso. Tive um bom e consistente ritmo e, largando tão atrás, fiquei feliz por recuperar sete posições. Foi uma corrida em que me diverti bastante — uma ótima forma de me despedir dos meus fãs e também da equipa. O Jack terminou entre os dez primeiros e eu fiquei bastante perto, por isso foi um bom dia para nós. Agora estou entusiasmado para a nova aventura, mas também triste por partir… um misto de emoções. Estou a enfrentar um novo desafio que parece tão assustador quanto entusiasmante. É triste porque sei que ainda tenho muito potencial neste paddock e sair assim não é fácil. Mas hoje foi um bom dia — um dia de celebração — e estou feliz por terminar desta forma. Tive uma carreira com a qual muitos pilotos apenas podem sonhar. Tive o privilégio de vencer nas diferentes categorias e fiz parte de grandes equipas que me ajudaram a alcançar o meu melhor potencial, especialmente em Moto3 e Moto2. Estou grato a muitos fabricantes, a muitas equipas e a muitas pessoas que conheci ao longo destes anos e que me ajudaram a dar o melhor de mim. Tudo o que eu conquistar no futuro será também o resultado de todas estas experiências.”
JACK MILLER (#43 Prima Pramac Yamaha MotoGP)-P9: ” Foi uma boa corrida, apesar de ter sofrido por ter de forçar demasiado para acompanhar os outros pilotos. Nas curvas 1, 2, 6 e até à 8, o pneu estava a patinar muito, mas não se pode sacrificar nada ali porque os outros não estão a fazer o mesmo e estão a ganhar posições. Assim, estávamos a patinar mais que os outros, com menos aceleração. Tentei controlar o lado esquerdo do pneu à entrada das curvas e controlar a velocidade, mas no final, a dez voltas do fim, o pneu desgastou-se e eu estava apenas a perder tempo, a tentar sobreviver. Sabemos dos problemas. Agora vamos guardar esta moto e começar a trabalhar na nova para ver o que podemos fazer. Não será um salto tão grande como o que dei durante o ano, passando do que conhecia para esta moto. Ao longo da temporada, tivemos altos e baixos — alguns bons momentos e alguns maus também — mas nas últimas corridas, desde a Austrália, conseguimos perceber um pouco melhor a dianteira. Talvez tenhamos perdido um pouco em termos de desempenho absoluto, mas obtivemos um bom feedback em termos de estabilidade e gestão dos pneus. Agora compreendo esta moto cada vez melhor. A moto do próximo ano será diferente, mas o ADN é o mesmo. Por fim, gostaria de me despedir e agradecer ao Miguel, que hoje disputou a sua última corrida de MotoGP. Foi um piloto fantástico para este desporto e partilhámos grandes momentos juntos, uma vez que competimos um contra o outro desde crianças. É triste vê-lo deixar o paddock, mas estou ansioso por acompanhar o seu percurso no Superbike. E estou pronto para começar a trabalhar com o Toprak: é outro piloto fantástico e estou entusiasmado para ver o que pode fazer.”
GINO BORSOI (Diretor de Equipa Prima Pramac Yamaha MotoGP): ” Foi uma ótima forma de terminar a temporada. Uma grande corrida do Miller e uma grande corrida do Oliveira também, da melhor forma possível para ele se despedir do MotoGP — com uma corrida em que, uma vez resolvidos os problemas dos últimos dias, conseguiu acompanhar o ritmo dos líderes durante muito tempo. Ele mereceu, e toda a equipa mereceu. Estou feliz por ele poder deixar a nossa equipa e o MotoGP com um sorriso. Miller fez-nos sonhar com um lugar entre os oito primeiros até ao fim, antes de o pneu perder algum desempenho nas voltas finais. Mas terminar entre os dez primeiros era o nosso objetivo, e alcançámo-lo. Não perdemos o espetáculo no final — como sempre, sabemos como nos destacar — e foi uma ótima forma de terminar a temporada.”
Mas 2026 está mesmo aí. Dentro de dois dias, todas as equipas regressarão ao circuito Ricardo Tormo para os testes coletivos que, efetivamente, abrem a nova temporada. Para a Prima Pramac Yamaha, esta marcará também a estreia de Toprak Razgatlioglu, tricampeão do mundo de Superbike, na Yamaha. Juntar-se-á a Miller para defender as cores da equipa no próximo ano.



































