Portugal fez história no futebol feminino, ao qualificar-se pela primeira vez para a fase final de uma grande competição, o Europeu de 2017, graças a um sofrido empate a um em Cluj, na Roménia.
Um golo de Andreia Norton, sobre o final da primeira parte do prolongamento, aos 105+1 minutos, foi determinante para o apuramento do ‘onze’ de Francisco Neto, de nada valendo às romenas o tento de Laura Rus, aos 111.
A formação das ‘quinas’ passou graças ao desempate por golos fora, após o 0-0 no Restelo, transformando ainda em mais lendário o ano de 2016 para o futebol português, depois do título da seleção masculina, no Europeu de França.
O encontro foi complicado e sofrido até final, mas Portugal criou mais e melhores oportunidades e, também pelo que fez em Lisboa, onde desperdiçou uma grande penalidade, justificou em pleno o histórico apuramento.
Além de Andreia Norton, pelo histórico golo do apuramento, destaque na formação lusa para todo o setor defensivo, em especial as centrais Sílvia Rebelo e Carole Costa, mais a guarda-redes Patrícia Morais e a ‘trinco’ Dolores Silva.
Com o mesmo ‘onze’ do jogo da primeira mão, a formação portuguesa foi a primeira a ameaçar a baliza contrária, num livre sobre a direita de Cláudia Neto, que Ficzay cortou, colocando a bola nas mãos da guarda-redes Paraluta.
Cláudia Neto voltou a tentar aos nove minutos e, aos 12, Portugal teve a primeira grande oportunidade, numa jogada na direita entre Matilde Fidalgo e Ana Leite, que centrou atrasado para o calcanhar de Carolina Mendes, à figura.
Apesar de mais perigoso, Portugal nunca dominou o encontro, mas raramente passou por grandes dificuldades na primeira parte, com exceção de uma jogada aos 21 minutos, em que Giurgiu centrou para o cabeceamento falhado de Bortan.
Para a segunda parte, Francisco Neto fez entrar Fátima Pinto para o lado esquerdo da defesa, fazendo subir Ana Borges para o lado direito do ataque e retirando Amanda da Costa.
A equipa lusa não denotou melhoras, ao contrário da Roménia, que quase marcou aos 56 minutos: Voicu isolou Lunca, a maior ‘dor de cabeça’ para a defesa lusa, valendo Patrícia Morais, que também deteve a recarga, um ‘chapéu’, de Voicu.
As romenas estavam por cima, mas, apesar dos raides de Lunca, tinham dificuldades em criar grande perigo, tal como Portugal, que só voltou a tentar aos 83 minutos, num remate de Andreia Norton, a última aposta de Francisco Neto.
Na parte final, a Roménia pressionou mais, mas Carole Costa fez um corte precioso (86 minutos), Rus cabeceou ao lado (87) e para a defesa fácil de Patrícia Morais (90+1) e um centro/remate de Lunca (90) bateu na barra.
A melhor ocasião foi, no entanto, de Portugal, na penúltima jogada do tempo regulamentar, aos 90+3 minutos: Diana Silva, a segunda jogadora a ser lançada pelo selecionador luso, furou pela esquerda e serviu Ana Borges, mas, milagrosamente, a ‘capitã’ Olar salvou as romenas, cedendo canto.
Havristiuc foi a primeira a criar perigo no prolongamento, num cabeceamento após um canto, aos 91 minutos, com Cláudia Neto a responder de livre, aos 102.
Aos 103 minutos, um novo centro/remate de Lunca assustou, caindo novamente em cima da barra, mas, na resposta, já nos descontos da primeira parte, aos 105+1, foi a formação das ‘quinas’ a chegar ao golo.
Cláudia Neto fez um passe para as costas da defesa romena, desmarcando, na direita, Ana Borges, que passou com classe por Ficzay, levantou a cabeça e tocou atrasado para Andreia Norton, cujo remate forte ainda encontrou Oprea, mas só parou no fundo das redes romenas.
Com dois tentos de vantagem, já que o empate a um servia, Portugal entrou a dominar a segunda parte do prolongamento, perante umas romenas a denotar nervosismo, mas, aos 111 minutos, Voicu colocou de cabeça a bola em Rus, que, na área, teve tempo para rodar e empatar o jogo.
A igualdade não afetou, no entanto, a seleção lusa, que até podia ter voltado ao comando do encontro, o que só não aconteceu porque Andreia Norte foi egoísta, aos 113 minutos, e falhou perante Paraluta, com Diana Silva isolada ao seu lado.
A ‘incansável’ Lunca ainda tentou um último remate, aos 118 minutos, mas Patrícia Morais encaixou a bola sem dificuldades e até final a equipa lusa já não passou por sobressaltos, com as jogadores lusas a festejarem, em lágrimas, o apuramento.