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No espaço de uma semana dois ministros pediram desculpa ao país. O ministro da educação, Nuno Crato e a ministra da justiça, Paula Teixeira da Cruz, dirigiram-se ao país para pedir desculpas aos portugueses. Após a negação, perante todas as evidências, que se estivesse a passar algo de errado e a tentativa de desvalorização das consequências das trapalhadas por eles criadas finalmente, surge a admissão da culpa e o pedido de absolvição.

Num caso como noutro, houve falhas graves e que irremediavelmente irão abalar a vida de milhares de pessoas. Na justiça são milhares os processos que se encontram paralisados e a consequente retardamento na vida dos cidadãos. O recuo ao papel vai ser dramático para os advogados, réus e juízes e, para estes de que servem as desculpas?

Na educação o erro no cálculo na classificação de professores levou a que fossem cometidas ultrapassagens e consequentemente colocações abusivas nas escolas, por parte de docentes com muito menor graduação em relação a outros que não ficaram assim colocados. O que poderão fazer os pais, os alunos e os professores que vão sofrer com a escolha da fórmula errada e que para muitos terá efeitos durante todo um ano escolar. Para estes de que servem as desculpas?

Não há desculpa para a incompetência, tem de existir responsabilidade política de quem não cumpre e fracassa nas funções para as quais está mandatado.

A incompetência política continua a não ter consequências, muito por culpa da dormência de quem assiste numa apatia generalizada. Os pedidos de desculpa não chegam, se existisse alguma postura ética por parte destes ministros, o mínimo a fazer era ter colocado de imediato os seus lugares à disposição, não o fazem e não só por arrogância política, não o fazem porque sabem que daqui a dois meses já ninguém se lembrará disto.

A incompetência em Portugal é como a impunidade, é facilmente esquecida.

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