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A Prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, confirmou a morte de uma pessoa devido ao incêndio de grandes proporções que atinge um depósito de combustíveis e lubrificantes da Petrogold, próximo à Rodovia Rio-Teresópolis (BR-116), nesta quinta-feira (23). Mais sete pessoas ficaram feridas e foram atendidas no Hospital Adão Pereira Nunes.

Segundo eles, o morto seria um funcionário da empresa Petrogold, identificado como Gelson da Silva Ferreira, 43 anos, e chegou a ser levado para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, mas morreu na unidade. A secretaria estadual de Saúde confirmou que a vítima chegou ao hospital com 90% do corpo queimado.

Além da vítima, a direção do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes informou que prestou atendimento a sete vítimas do incêndio. Destas, quatro homens e duas mulheres, que foram atendidos, já receberam alta. Um homem, de 21 anos, deu entrada na unidade mas saiu à revelia.

Mapa incêndio Duque de Caxias (Foto: Editoria de Arte/G1)

O fogo, que começou por volta das 11h, se espalhou por todo o quarteirão, consumindo casas vizinhas após uma grande explosão às 12h30. O Coronel Ronaldo Alcântara, comandante da operação do Corpo de Bombeiros em Caxias disse que o fogo foi controlado às 15h30. De acordo com o Coronel, ainda há chamas no local, porque ainda tem combustível líquido nos tanques que precisam queimar. No depósito tinham dois tanques com gasolina, dois com álcool, um com diesel e outro com água.

Segundo o coronel, muitos animais domésticos morreram, pois estavam presos nas casas do entorno. Sobre as três casas pegaram fogo, o coronel acredita que a causa foi o calor. A maior dificuldade, de acordo com ele, foi isolar a área e afastar as pessoas.

No local, a temperatura passou de mil graus. O calor que irradiou pra rua chegou a aproximadamente 600 graus.

Uma área de aproximadamente quatro quarteirões ao redor do depósito foi isolada, de acordo com a Defesa Civil do Rio de Janeiro. A previsão é que de que, até o fim do dia, 80% dos moradores retornem para suas residências. A Polícia Militar e a Guarda Municipal fazem a segurança para evitar a invasão das residências.

Os bombeiros acionaram cinco quartéis: Grupamento Operacional com Produtos Perigosos, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Irajá e Caju. Além de várias residências, na região há, pelo menos, uma escola municipal, da qual um grupo de cerca de 10 crianças foi retirado.

Por volta das 12h, as chamas podiam ser vistas a quilômetros de distância e assustavam os moradores da Vila Maria Helena. Os bombeiros informaram que a área era resfriada para que as chamas não se alastrassem. O combate ao fogo propriamente dito, no entanto, só deve começar após o combustível armazenado ser consumido.

Segundo a Defesa Civil estadual, a área foi esvaziada pela Defesa Civil municipal de Caixas para a segurança dos moradores e mais agentes do estado seguiam para auxiliar as equipes.

Inea x ANP

Segundo a assessoria de imprensa do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a Petrogold não tem licença ambiental do estado para funcionar. A única licença era do município de Caxias, de 2009. Segundo o Inea, o município não tem autonomia para conceder esse tipo de licença.

Já a Agência Nacional do Petróleo (ANP), informou que a empresa atuava de forma regular. De acordo com a ANP, a “Petrogold tem autorização de operação 179, publicada no Diário Oficial da União em 07 de abril de 2009. Por ocasião da outorga a empresa apresentou todos os documentos exigidos pelas Portarias ANP Nºs  29 e 202 de 1999, incluindo o alvará de funcionamento da Prefeitura de Duque de Caxias, o certificado de vistoria de  Corpo de Bombeiros e a licença de operação ambiental, todos dentro do prazo de validade. A empresa foi fiscalizada pela ANP quatro vezes este ano, desde janeiro e não foram encontradas irregularidades.”

Segundo o coronel, existe possibilidade de rompimento e espalhamento de combustível. “Se esse tanque se romper, com certeza esse fogo vai atingir algum bombeiro militar que esteja muito próximo. O trabalho é de isolamento e evitar o máximo possível o alastramento”, declarou o coronel dos bombeiros ao RJTV.

“Estamos trabalhando no esfriamento das casas no redor, para evitar que o fogo se alastre pelo quarteirão. Não temos informação ainda se tinha algum funcionário trabalhando. Foi feita evacuação das casas nos arredores e existe risco de um rompimento de outros tonéis”, acrescentou o oficial, por volta das 12h30.

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Explosões
Gustavo Cunha Melo, especialista em gerenciamento de risco, disse à Globo News que para não ter uma multiplicação do incêndio é recomendável o esfriamento da área ao redor dos tanques de combustíveis. Ele explicou ainda que as explosões ocorrem por causa da queima do combustível.

Assistência social
A Secretaria de Estado de Assistência Social informou que, ate as 13h, não havia sido acionada pela Prefeitura de Duque de Caxias para prestar auxílio às famílias cujas casas foram atingidas pelo incêndio. Ainda de acordo com o órgão, assim que a prefeitura acioná-lo, o aluguel social no valor de R$ 400 será distribuído.

Embargado
Segundo o secretário estadual do Ambiente Carlos Minc, o depósito foi embargado em julho de 2012 durante uma operação conjunta entre o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Polícia Federal.

Minc ressaltou que em junho, o Inea e a Polícia Federal lacraram a empresa após uma fiscalização, que constatou sinais de violação de combustível e derramamento de óleo nas vias fluviais.

“Essa região é dominada por uma máfia de alteração de combustíveis. É um barril de pólvora, com óleo e combustíveis inflamáveis”, diz o secretário, acrescentando que cerca de 20 empresas atuam na região de maneira parecida.

Ainda de acordo com Minc, a Petrogold funcionava através de liminares obtidas na Justiça e de uma licença municipal. O secretário esclarece que uma empresa desse porte só pode operar com licença do estado. A Petrogold tinha uma licença estadual antiga e que não foi renovada pelo Inea.

Advogado contesta
Fábio Kalil, advogado da empresa Petrogold, distribuidora de combustível responsável pelo reservatório que pega fogo em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na tarde desta quinta-feira (23), negou que a empresa tenha a licença ambiental embargada no ano passado.

Segundo ele, “todas as licenças e documentações necessárias nas estâncias municipal, estadual e federal estão em ordem”. Segundo ele, cerca de dez funcionários trabalhavam no reservatório.

Rio-Teresópolis
A concessionária responsável pela rodovia Rio-Teresópolis, que corta a região atingida pelo incêndio, informou que o trânsito não chegou a ser afetado pelas chamas e a circulação. Equipes da empresa, porém, foram para o quilômetro 293 da via para monitorar a situação.

NOTICIA G1 - RIO DE JANEIRO
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