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Os candidatos a espiões que preencham os formulários de recrutamento nos sites das Secretas portuguesas arriscam-se a ter os seus dados à mercê da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA, isto porque passam por um servidor de uma empresa daquele país.

O Expresso dá conta de que os dados registados nos formulários de recrutamentos que constam nos sites do Serviço de Informações da República Portuguesa (sirp.pt), do Serviço de Informações de Segurança (sis.pt) e do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (sied.pt) passam por um servidor de uma empresa nos EUA, antes de ficarem armazenados em Portugal.

Essa empresa, a Incapsula, é responsável pela gestão do uso dos certificados digitais dos sites, um procedimento que é pouco habitual em Serviços Secretos ser entregue a entidades estrangeiras, conforme avança o Expresso.

A situação põe em causa a possibilidade de os dados dos candidatos a espiões ficarem expostos a “olhares indiscretos dentro da empresa que presta o serviço ou de espiões da Agência Nacional de Segurança (NSA)” dos EUA.

“Provavelmente, a empresa que presta o serviço segue as boas práticas e tem um contrato em que se compromete a não aceder aos dados, mas tecnicamente a fuga de informação é possível. Basta uma escuta dentro da infraestrutura dessa empresa para aceder aos dados”, refere no semanário o perito em segurança electrónica José Pina Miranda.

Também o especialista de segurança electrónica Luís Grangeia refere que, embora não sendo “um buraco escandaloso”, “está a abrir a possibilidade de organismos estrangeiros terem acesso a dados que pertencem aos serviços de informação portugueses”.

O investigador do Instituto de Defesa Nacional, Fernando Freire, refere igualmente que “se os dados passam pelos EUA, então há uma elevadíssima probabilidade de a NSA conseguir ter acesso a eles”.

Do lado do SIRP, numa resposta enviado ao jornal por email, garante-se a integridade e total segurança dos dados, salientando-se que o seu armazenamento “é, exclusivamente, efectuado em território nacional em infraestrutura tecnológica integralmente controlada pelo SIRP”.

ZAP

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