Um trabalhador de 23 anos de idade esteve em estado grave após ter sido picado pela vespa asiática quando cortava eucaliptos em Vilar das Almas, Ponte de Lima, disse à Lusa o comandante dos bombeiros locais.
De acordo com Carlos Lima, após a picada, “o jovem desencadeou uma reação alérgica grave e foi transportado ao hospital de Ponte de Lima pela ambulância do INEM”. Segundo o responsável, o caso ocorreu quando o jovem, natural da freguesia de Carvoeiro, se encontrava “a cortar eucalipto numa zona de florestal da freguesia de Vilar das Almas”. Carlos Lima explicou que “este tipo de caso é frequente quando se procede ao corte de eucaliptos”.
Em termos de gravidade, Carlos Lima adiantou que “este foi o primeiro caso no concelho” onde, avançou, “já várias pessoas foram picadas mas não desencadearam reação alérgica”. “O corte destas árvores atrai as vespas asiáticas”, sustentou.
Contactada pela Lusa, fonte hospitalar adiantou que o jovem de 23 anos deu entrada naquela unidade, “em estado grave, tendo-lhe sido administrada medicação indicada para este tipo de caso”. Entretanto o trabalhador já teve alta hospitalar.
Questionado pela Lusa, o comandante dos Bombeiros de Ponte de Lima adiantou que desde agosto a corporação “já destruiu mais de 150 ninhos de vespa asiática em espaços públicos e privados do concelho”. “Nesta altura só estão por destruir os ninhos que se encontram em locais inacessíveis nas zonas florestais do concelho. Aí os bombeiros não têm meios para atuar”, explicou Carlos Lima.
Esta espécie predadora maior e mais agressiva do que a espécie autóctone nacional, está identificada no Alto Minho desde 2012, foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, em 2004. Os primeiros indícios da sua presença em Portugal surgiram em 2011, mas a situação só se agravou a partir no final do seguinte. Viana do Castelo, capital do Alto Minho e o concelho com maior número de casos registados. Em dois anos foram sinalizados 619 ninhos de vespa asiática. De acordo com números dos Bombeiros Municipais de Viana, até outubro foram destruídos mais de 400.
Dados da Associação Apícola Entre Minho e Lima (APIMIL) indicam que cada ninho pode albergar até 2000 vespas e 150 fundadoras de novas colónias, que no ano seguinte poderão vir a criar pelo menos 6 novos ninhos. Segundo os apicultores, esta espécie, “mais agressiva” faz com que as abelhas não saiam para procurar alimento por estarem sob ataque, enfraquecendo as colmeias, que acabam por morrer colocando em causa a produção de mel.