Passamos grande parte da nossa vida à procura do que somos. De um sentido para cá estar, para viver. Às grandes questões da adolescência são, pela idade, de enorme importância, mas penso que algumas delas se prolongam para além dessa fase.
Por vezes perdemo-nos no exemplo do outro, ganhamos na observação de muitos, crescemos com as nossas ações menos bem-sucedidas. Na ânsia de nos encontrarmos, procuramos ser iguais, tentamos ser únicos, arriscamos quantas vezes de forma descontrolada um sentido para agir. Queremos encaixar-nos em padrões e ao mesmo tempo desejamos fugir dos mesmos, os antigos modos de vida já não fazem sentido, mas dizem que esses são os modelos certos! E surge a confusão…
Corremos à procura de uma direção e surgem-nos caminhos, decisões, angústias e muitas dúvidas. Escutamos os outros e porque não nos escutamos a nós? A resposta está sempre dentro de cada um e não no exterior, mas esta não é uma certeza passada de pais para filhos. Assim como não nos é ensinado que ser implica tomadas de consciência e confiança própria, o que faz com que poucos entendam que não têm de ser apenas mais um!
Viver com uma forma diferente de estar é uma escolha, que pode ir contra a norma e dar asso a julgamentos exteriores! Mas o que importa o que os outros pensam, se tenho noção de que me pauto pela sinceridade, respeito e justiça por mim e pelos outros?
O que importa o olhar indiscreto e a palavra crítica, se tenho consciência do meu percurso, se atuo pelo bem?
Ser capaz de ser a “ovelha preta” do rebanho branco é talvez o reflexo da coragem de aceitar que a responsabilidade de viver. Ser diferente é realmente assumir o que se é!
Viver pode ser um ato simplificado se seguirmos a nossa consciência e o nosso caminho, tendo a certeza que nem sempre o que desejamos é o melhor para nós e que erros são hipóteses de subir degrau a degrau na aprendizagem. Por vezes o pé falha na subida, entramos em desequilíbrio e é ai que arriscamos chegar à essência, à paz, à motivação para muitos outros passos.