- Pub -

O voluntariado é um ato de enorme capacidade de cidadania e entrega aos outros. Muitas instituições funcionam tendo por base a vasta rede de voluntários, que se empenham em doar o seu tempo àqueles que precisam, de um modo competente e desinteressado, no sentido em que não esperam receber nada em troca. Numa atitude de real importância, ser voluntário pode preencher o vazio que se cria dentro de cada um, pela azáfama de um empenho profissional que nos consome a energia e nos torna menos sociáveis e menos solidários.

Esta atividade dá-nos a perceção de realidades diferentes e distantes da nossa, tornando-nos gratos pela vida que temos e fazendo-nos crescer em cidadania. Ser voluntário, deve a meu ver, ser uma atitude de entrega competente e cada vez mais comprometida.

Nos últimos tempos um outro aspeto tem sido evidente na procura de oportunidades de voluntariado, o interesse pessoal. O facto da inserção desta experiência no currículo ser relevante para quem procura ocupação remunerada, pode estar a fazer surgir uma forma de (in)voluntariado, ou voluntariado por um fim.

Se por um lado, em tempo de crise se verifica um aumento de voluntários que procuram nesta atividade a fuga ao seu desespero pessoal, procurando sentido de utilidade e valor social, procurando viver com sentido e com objetivos diários. Por outro lado aumenta a vertente do voluntariado por “interesse”, que se verifica naqueles que procuram neste a inserção profissional, tendo por base o sentido de oportunidade, que por vezes advém de um projeto traçado e não de um ato voluntário e inocente.

Estaremos a perder a essência do voluntariado? Estaremos a ser voluntários por nós, por interesse próprio ou pelos outros?

Urge transmitir à sociedade as noções e vivências de cidadania ativa, em que dar de nós aos outros nos dá a maior das compensações, a alegria de ajudar.

- Pub -

Deixe o seu comentário