O vice-presidente da Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos (APET), Ricardo Levezinho, considerou que, apesar da crise financeira, o setor “ultrapassou com engenho” as dificuldades na temporada deste ano, que encerra hoje.
“As dificuldades foram ultrapassadas no setor com um pouco de engenho e com a contínua paixão dos aficionados, mas é evidente que sofreu um pouco na pele (tauromaquia) com base na crise que existe”, disse o responsável, em declarações à agência Lusa. Para Ricardo Levezinho, que geriu este ano as praças de toiros de Vila Franca de Xira e Coruche e desenvolveu parcerias nas arenas de Salvaterra de Magos e Alcácer do Sal, a temporada fica também marcada pela “alteração” da estratégia dos diversos setores da tauromaquia, que estão atualmente “mais interligados” na defesa do setor.
Como empresário, Ricardo Levezinho reconheceu ter atravessado uma época “difícil”, tendo o seu trabalho sido baseado na “diferenciação” para atrair público às bancadas. “Estamos a atravessar anos de batalha, mas, por outro lado, são também anos de desafio com vista a um futuro que queremos melhor”, disse.
Por seu turno, João Pedro Bolota, da empresa “Aplaudir”, afirmou que a sua atividade empresarial fica este ano marcada por “vários altos e baixos”, por causa do mau tempo no verão. “O mau tempo que se fez sentir em pleno verão prejudicou-me em diversos espetáculos. Foi, por isso, um ano de altos e baixos na minha atividade como empresário do setor”, disse à Lusa.
Apesar desta condicionante, o empresário, que gere as praças de toiros de Santarém, Moita do Ribatejo, Setúbal e Montijo e promove espetáculos na Póvoa do Varzim, considerou que a temporada “não foi das piores” no que diz respeito a público, fazendo, por isso, um balanço “positivo” da sua atividade.
Fonte da Associação Nacional de Toureiros (ANdT) explicou à Lusa que “ainda não são conhecidos” os dados oficiais relativos ao número de espetáculos realizados este ano. Em 2013, lembrou a fonte, deram entrada nos serviços da ANdT pedidos de licença para 268 espetáculos, mas o mau tempo levou ao cancelamento de 22.
A temporada tauromáquica deste ano encerra este domingo, em Évora, com a realização de uma corrida de toiros à portuguesa, em que o cartel é composto por sete cavaleiros e dois grupos de forcados.
A temporada tauromáquica arranca todos os anos no dia 01 de fevereiro, em Mourão, no distrito de Évora, com a realização de um festival taurino que envolve figuras do toureio de Portugal e Espanha.
A época encerra por “tradição” no dia 01 de novembro, com festejos no Cartaxo e em Redondo, mas este ano, excecionalmente, termina no domingo na Arena d´Évora.