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foto: ALPHA ONE MEDIA / CHRISTOPHER REEVES

À medida que nos dirigimos para o próximo Grande Prémio, os ecos da aula de mestre de Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team) em Assen ainda soam na estrada para Sachsenring para o Liqui Moly Motorrad Grand Prix Deutschland. Ele está agora a apenas 10 pontos do líder do Campeonato Jorge Martin (Prima Pramac Racing), a margem mais próxima entre os dois primeiros desde a noite de sábado em Portugal. E Bagnaia não tem sido consistentemente o piloto na perseguição – como sempre, quando precisou, encontrou aquele toque extra de magia para voltar à luta. Este fim de semana, o objetivo pode mudar novamente: recuperar a liderança, uma vez que vem de duas duplas consecutivas, e no fim de semana em que faz a sua 200ª partida em todas as classes.

Martin, no entanto, fez a sua primeira dobradinha de carreira nesta pista no ano passado, completando-a graças àquele sublime duelo com Bagnaia no domingo, quando os dois cruzaram a linha separados por menos de um décimo. Ele não precisou de voltar à luta, pois tem-se mantido bastante consistente desde o primeiro dia de 2024, à exceção do erro de destaque no domingo em Jerez. Mas toda a gente tem pelo menos um desses erros numa época – a missão é minimizá-los e Martin está a fazer isso enquanto se mantém rápido. É provável que ele sinta que este é um local onde tem a oportunidade de inverter a situação de Bagnaia.

NUNCA FOI BATIDO
Dito isto, há um piloto na grelha que simplesmente nunca foi derrotado no MotoGP™ em Sachsenring. Marc Marquez (Gresini Racing MotoGP™) venceu o GP da Alemanha em 2013, venceu-o em 2014, e depois venceu-o em 2015. Em 2016, venceu-o. Seguiu-se uma vitória em 2017. 2018 foi uma vitória. Consegues adivinhar o que aconteceu em 2019? Ganhou-a. Mesmo quando voltámos ao local em 2021, antes da sua segunda grande cirurgia ao braço… ele ganhou. São oito no MotoGP™. Espera até descobrires a sua vitória em 125cc em 2010 e duas vitórias no Moto2™ em 2011 e 2012…

Em 2022, não correu enquanto recuperava da segunda cirurgia e, em 2023, desistiu no domingo de manhã após um fim de semana difícil de quedas. Potencialmente um ponto de viragem noutros aspectos, essa decisão também garante que as estatísticas de partidas vs. vitórias continuam a ser absolutamente impressionantes para o #MM93 na Alemanha. Ele nunca foi derrotado, e isso significa duas coisas. Primeiro, ele deve – agora com a melhor mota para estar no local – ser o claro, claro favorito. Segundo, se Bagnaia ou Martin o conseguirem vencer, é o tipo de derrota que se consegue uma ou duas vezes na carreira. E eles vão estar motivados.

NA PERSEGUIÇÃO
Enea Bastianini (Ducati Lenovo Team) continua a ser, consistentemente, o piloto mais rápido do mundo nas últimas cinco ou seis voltas de um Grande Prémio, pelo que, desta vez, a “Besta” vai querer tornar uma potencial viagem até ao pódio menos penosa e qualificar-se mais à frente. Maverick Viñales (Aprilia Racing), depois de um sólido Assen, tem tido uma boa forma em Sachsenring, pelo que pode ser um azarão para tentar levar a luta até à Ducati. O companheiro de equipa Aleix Espargaro, por seu turno, chega de um Assen difícil e precisa de recuperar a forma depois de ter sofrido uma fratura no dedo. Mas poderá fazer o seu 329º GP em todas as classes e tornar-se o piloto com o terceiro maior número de partidas no domingo, atrás de Valentino Rossi (432) e Andrea Dovizioso (345).

Fabio Di Giannantonio (Pertamina Enduro VR46 Racing Team) impressionou em Assen e é agora um dos principais focos dos rumores da silly season para 2025, pelo que será interessante observá-lo. O companheiro de equipa Marco Bezzecchi tem o seu futuro assegurado, mas procura um fim de semana mais positivo à medida que 2024 avança, e Alex Marquez (Gresini Racing MotoGP™) também, depois de o #73 ter sido confirmado na Gresini por mais duas épocas. Franco Morbidelli (Prima Pramac Racing) teve uma posição sólida em Assen, mas vai procurar adjectivos mais brilhantes nas próximas corridas.

Na KTM, Brad Binder (Red Bull KTM Factory Racing) acalmou os erros fora do normal que tinham prejudicado algumas rondas, mas o sul-africano vai correr para ganhar e vai querer ir mais longe do que em Assen, onde a luta pelo pódio ficou um pouco mais longe. A sensação rookies Pedro Acosta (Red Bull GASGAS Tech3) teve um GP da Holanda mais silencioso, embora tenha estado na luta pelo pódio no domingo, antes de uma queda na última volta. Ele também vai querer mais. Jack Miller (Red Bull KTM Factory Racing) e Augusto Fernandez (Red Bull GASGAS Tech3) também, com os pontos – ou muito mais deles – em foco, bem como o ritmo, com Acosta e Binder a encontrarem essa margem.

Na Trackhouse Racing, a rivalidade entre as equipas também continua nas mãos de Raul Fernandez, que tem estado mais vezes entre os dez primeiros, com Miguel Oliveira a tentar ripostar. Com nenhum dos lugares confirmados para 2025, a equipa americana também está no centro das atenções.

NOVOS HORIZONTES E O HERÓI DA CASA
A notícia finalmente caiu durante o GP da Holanda de que a Yamaha iria colocar mais duas motos com especificações de “fábrica” a partir de 2025 – e como parte de um novo acordo de longo prazo com a Prima Pramac Racing. Como eles continuam a mostrar sinais de progresso real, este é outro sinal muito positivo. Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha MotoGP™) faz também a sua 100ª partida no MotoGP™ este fim de semana, num local onde já venceu. No entanto, vai ter um “novo” companheiro de equipa na box, já que Alex Rins recupera da cirurgia após a fratura do pulso e queda em Assen, com o piloto do WorldSBK Remy Gardner a juntar-se à box para o fim de semana.

Na Honda, também houve algumas notícias recentes: Aleix Espargaro vai juntar-se à sua equipa de testes quando se retirar das corridas a tempo inteiro no final de 2024. Trabalhará com Luca Marini (Repsol Honda Team), já inscrito, e Johann Zarco na CASTROL Honda LCR. O futuro de Joan Mir na Repsol Honda é objeto de fortes rumores, mas não está confirmado, e Takaaki Nakagami (IDEMITSU Honda LCR) também ainda não está confirmado. No entanto, aqui e agora, a intenção demonstrada com a contratação de Espargaro e os testes privados em curso têm como objetivo dar mais frutos à medida que 2024 avança. A marca também tem um herói caseiro no campo, já que Stefan Bradl regressa à ação como wildcard este fim de semana, participando no seu GP caseiro pela primeira vez desde que substituiu o #MM93 em 2022.

As histórias abundam, dentro e fora da pista, e há até um conto de fadas em jogo neste fim de semana, com Marquez a tentar aumentar as estatísticas de Sachsenring e conquistar o que seria uma vitória emocionante – 987 dias depois. Conseguirá ele fazê-lo? Ou conseguirão Martin e Bagnaia transformar o conto de fadas em fábula no Liqui Moly Motorrad Grand Prix Deutschland? Sintonizem para descobrir!

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