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O Bahrein, Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Iémen, foram os Países pouco ou nada democráticos que anunciaram, esta segunda-feira, o corte das relações diplomáticas e o das ligações aéreas e marítimas com o Qatar, acusando o país de ingerência e de apoiar o terrorismo.

O Qatar é um País com inúmeras ligações ao Ocidente, sendo uma lufada de ar fresco na região ao adotar um estilo de vida ocidental,  quer através de imponentes edifícios, quer através do turismo que o promove como tal, quer através do desporto, onde exemplos como o Open de Ténis 500ATP, os Mundiais de MotoGP e de Superbike e o Mundial de Futebol de 2022 que se prepara para receber, factos indesmentíveis que levam a colocar muitas interrogações a este corte de relações.

Arábia Saudita afirmou querer “proteger a sua segurança nacional dos perigos do terrorismo e do extremismo”, enquanto os Emirados Árabes Unidos acusam o Qatar de perturbar a estabilidade na região.

O Bahrein sustentou a sua decisão acusando Doha de “minar a segurança e estabilidade” do país e de “interferir nos seus assuntos” internos. Deste país veio a ordem para que diplomatas e cidadãos do Qatar abandonem o país em 48 horas.

O Egito anunciou o rompimento de relações, acusando o Qatar de apoiar organizações terroristas como, por exemplo, a Irmandade Muçulmana.

Por fim, o governo do Iémen também anunciou o corte de relações com o Qatar, membro da coligação militar árabe que opera no país, acusando Doha de ligações com os grupos houthis pró-iranianos e de apoio a grupos jihadistas.

Através de um comunicado, o governo do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi, segue o alinhamento da coligação árabe e excluiu o Qatar da aliança militar e anunciando o corte de ligações diplomáticas com Doha.

Para o governo de Sana, o Qatar apoia os grupos armados houthis e “outros grupos extremistas” como a Al Qaeda e o Estado Islâmico.

Tráfego aéreo condicionado

A transportadora Emirates e a de baixo custo FlyDubai vão cancelar os voos com destino e origem no Qatar a partir de terça-feira e “até nova ordem”, de acordo com comunicados separados das companhias. A decisão das transportadoras surgiu depois da Etihad, com sede em Abu Dhabi, ter cancelado os voos para Doha.

As três companhias acrescentaram que vão garantir os voos previstos para hoje e propor aos clientes “outras opções”, incluindo o reembolso total do bilhete de avião.

“Totalmente inaceitável”

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar já afirmou “não haver justificação legítima” para o rompimento de relações diplomáticas anunciado por estes países.

Estas medidas são “injustificadas” e “sem fundamento”, reagiu o ministério, considerando que têm um “objetivo claro: colocar o Estado [do Qatar] sob tutela, o que constitui uma violação da sua soberania” e é “totalmente inaceitável”.

No mês passado, vários destes países já tinham bloqueado o acesso a diferentes meios de comunicação do Qatar, depois de a QNA, a agência noticiosa estatal do país, ter transmitido citações do líder Tamim bin Hamad Al Thani a dizer que não era “sábio agir com hostilidade contra o Irão”.

Esta situação foi posteriormente desmentida pelo Catar, que se defendeu dizendo que a agência tinha sido alvo de um ataque informático.

Estes acontecimentos acontecem dias depois de uma visita do Presidente dos EUA, Donald Trump, a Riade, capital da Arábia Saudita, onde pediu aos países muçulmanos para “trabalharem para isolar o Irão e [privá-lo] dos fundos que financiam o terrorismo”.

Preço do petróleo em alta, bolsas em baixa

O preço do petróleo está esta segunda-feira a subir após a notícia que dá conta do corte de relações diplomáticas de diversos países do Golfo com o Qatar. O petróleo chegou a subir mais de 1,5%, mas já atenuou os ganhos.

Entretanto, a Bolsa do Qatar registou hoje a sua maior queda desde 2009, com várias das cotadas a afundar o máximo permitido de 10%.

As bolsas Europeias seguem hoje por seu turno a negociar em baixa, num dia de menor liquidez e em que as praças de Frankfurt e Zurique estão encerradas com os investidores atentos ao agravar da situação geopolítica e aos preços do petróleo.

Será que foi este,  realmente este o motivo do corte de relações ?

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