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Esta questão seria por certo complicadíssima para qualquer americano entre os 2 e os 90 anos. Mas não é por aí que quero entrar: em jeito anafórico, acho que Portugal está naquele cubículo europeu ao qual chamam ocidente, e do qual partem cada vez mais portugueses à procura de desatar o nó que lhes atormenta a garganta, a garganta afogada nos desprezíveis talões multibanco, nas contas, nos subtis cortes, esses sim, que fazem chegar a mostarda ao nariz.

 Os portugueses, aqueles que “por mares nunca antes navegados” descobriram “meio mundo”, contra quaisquer advertências ou medos… estão amorfos, estão telecomandados a passar na passadeira por pintar e seguir resignadamente, com o jornal debaixo dos braços suados do árduo trabalho, jornal esse que na capa lhes conta, todas as manhãs, diferentes histórias: um dia “vendemos” o pedaço do retângulo aéreo, perdendo a TAP para um tal de grupo Synergie; outro dia, saímos de casa, e além da greve das transportadoras públicas, ficamos a saber que os chineses não só abriram mais 2 lojas na Av. Miguel Bombarda, bem como aproveitaram os saldos – coisa que a cultura deles desconhece- e compraram 21.35% do capital social da EDP, que, só a título de exemplo, é a empresa que à maioria dos portugueses permite sobreviver fora de um ambiente grotesco e escuro. Portanto, rezemos que os chineses não se lembrem de nos apagar a luz. Ou talvez o possam fazer apenas e só na assembleia, para que a luz dos holofotes pare de alimentar o egocentrismo e a ganância de alguns políticos, e os faça pensar um pouco mais na definição de democracia, onde supostamente o povo é soberano.

Mas algum de nós queria passar a tutela destas empresas para as mãos de terceiros? Que nem sequer conhecemos?! Para dependermos ainda mais de outrem? Ora bolas, logo agora que em 2014 deixaríamos de estar nas mãos da troika.

No meio de tudo isto, voltámos à premissa inicial: Onde estás mesmo Portugal? Os portugueses, entre amigos e familiares, vejo-os em Angola, no Brasil, nos Estados Unidos…

Valerá mesmo apenas reforçarmos o rótulo de país dos emigrantes? Ora, isso foi o século passado, em que íamos trabalhar para as fábricas em França, viver nos Bairros de Lata. Depois de nos termos safado do Homem do Lápis Azul, não conseguimos singrar e explorar as nossas qualidades, na pesca, na agricultura, no vinho, na cortiça and so on, e voltarmos a ser uma Nação erguida e com brio no que faz?

Espero que o rolo da história portuguesa desbobine, senão o futuro passará por um país vendido e ocupado, como não acontecera desde os embates com os nossos hermanos

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