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De acordo com relatos na imprensa russa, a Coreia do Norte estará a preparar-se para a guerra, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, ordenou a evacuação imediata de 25% da população da capital do país, Pyongyang.

 Segundo o jornal russo Pravda, a ordem do líder norte-coreano Kim Jong-un prevê que 600 mil pessoas, cerca de 25% da população de Pyongyang, sejam urgentemente evacuadas da cidade. A publicação destaca que a evacuação é conduzida no contexto da escalada de tensão nas relações com os Estados Unidos.

De acordo com a publicação russa, os abrigos anti-bombas de Pyongyang não têm capacidade de acolher toda a população da capital norte-coreana, pelo que as 600 mil pessoas — a maior parte dos quais indivíduos com antecedentes criminais — terão que deixar Pyongyang para permitir que os restante tenham acesso aos bunkers.

Citando a imprensa sul-coreana, o Pravda adianta que os norte-coreanos “começaram a despedir-se uns dos outros, dos seus locais de trabalho, das florestas e dos campos, do céu e dos rios, como se a nação se preparasse para uma guerra em larga-escala“.

Ao mesmo tempo, nota o jornal russo, foi “estritamente proibido mencionar os nomes de quaisquer líderes militares ou políticos do país em quaisquer palavras de despedida”.

Entretanto, as autoridades norte-coreanas sugeriram aos jornalistas estrangeiros que se encontram em Pyongyang para a cobertura do “Dia do Sol”, que celebra o 105º aniversário do nascimento do ex-líder Kim II-Sung, a 15 de abril, que esperem “por um grande dia” esta quinta-feira.

O jornalista Jeremy Koh, correspondente do canal NewsAsia em Pyongyang, publicou no seu Twitter: “Disseram-nos para estarmos prontos para sair, mas não fazemos ideia da razão. Também os telemóveis foram proibidos”.

Já esta quinta-feira, os jornalistas foram convidados a assistir à inauguração de uma rua na capital norte-coreana, que contou com a presença de Kim Jong-un – tendo ficado no ar a ideia de que o “grande dia” anunciado poderia afinal resumir-se a este evento.

Ou então um teste nuclear

No que alguns analistas consideram ser um claro desafio aos diversos avisos lançados nos últimos dias por Donald Trump, a Coreia do Norte poderá estar entretanto a preparar-se para realizar um teste nuclear.

Segundo imagens de satélite divulgadas pela fundação “38 North”, os norte-coreanos estão a organizar preparativos para o seu sexto teste com armas nucleares desde 2006.

(dr) 38north.org

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Uma das imagens de satélite divulgada esta quarta-feira pela Fundação 38 North

As imagens mostram movimentações no local habitualmente usado pela Coreia do norte para testes nucleares na costa leste do país, sendo possível ver equipamentos cobertos e pessoas no local. O ano passado, no “Dia do Sol”, a Coreia do Norte testou com sucesso um míssil de médio alcance.

Escalada de tensão na península

A península da Coreia está a assistir a uma escalada de tensão, com as posições a extremar-se entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul. Nos últimos meses, os norte-coreanos lançaram mísseis balísticos em direcção ao Mar do Japão e realizaram diversos testes militares com mísseis capazes de transportar ogivas nucleares.

Nos últimos meses, a Coreia do Norte tem ameaçado repetidas vezes que poderá lançar um ataque nuclear preventivo contra os EUA, Japão e Coreia do Sul, ou dizimar a capital norte-americana com um ataque nuclear contra Washington.

Ao mesmo tempo, em diversas ocasiões a Coreia do Norte ameaçou “destruir sem piedade os seus inimigos”. A 1 de janeiro, o líder norte-coreano anunciou que “já tem misseis balísticos intercontinentais em fase experimental de testes”, tendo-se “tornado uma potência nuclear capaz de lançar um ataque a qualquer momento”.

Em março, já após a tomada de posse de Donald Trump, os EUA prometeram uma “resposta arrasadora” em caso de um ataque nuclear norte-coreano.

Este domingo, os Estados Unidos enviaram o porta-aviões Carl Vinson e uma frota de escolta para a região da península da Coreia. Na segunda-feira, Donald Trump disse estar disposto a resolver o problema da Coreia do Norte sem a China.

Já esta terça-feira, Donald Trump pediu aos seus conselheiros planos de ataque para “remover a ameaça nuclear” da Coreia do Norte.

Estas movimentações surgem depois de a semana passada o Conselho de Segurança Nacional dos EUA ter apresentado a Trump um relatório sobre possíveis variantes de resposta à ameaça vinda da Coreia do Norte, incluindo instalar armas nucleares na Coreia do sul ou a eliminação do líder norte-coreano, Kim Jong-un.

ZAP // Pravda

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