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foto: Kiril Janackov

Foi bom ver as SBK evoluir no Estoril há dias, especialmente nesta fase do Campeonato, a duas corridas do fim. Bom e histórico… na classe “rainha”, pela forma como Toprak Razgatlıoğlu soube dominar, com o seu estilo único e espetacular de levar a BMW M1000RR como mais ninguém sabe ou consegue, ficando a escassos pontos de garantir um título importantíssimo para a BMW. Também foi bom ver que o seu domínio não foi conseguido por falta de réplica, antes pelo contrário, esta foi renhida e vinda de pilotos tão variados como Petrucci, Locatelli, Rea, Bautista ou Bulega. Destes, o último foi o único a bater o Turco, ainda que fugazmente, e foi aí que mais história foi feita, com a vitória do Italiano da Ducati (ainda um “rookie” na classe, recordem!) por 0,003 de segundo a entrar nos livros como a mais pequena diferença entre 1º e 2º na história do Campeonato… que já vai em 36 anos!

Nas Supersport, a ronda do Estoril, segunda visita do Campeonato a Portugal este ano, marcou o desfecho do Campeonato com a queda do comando da segunda corrida de Yari Montella, que já não pode aspirar ao título, a decidir este fim-de-semana entre o vencedor do Estoril Stefano Manzi e Adrian Huertas em Jerez (onde vão mais uma vez levar com o meu comentário no Eurosport, desculpem lá qualquer coisinha!)

No estreante Campeonato Mundial feminino, sensação com a luta pelas vitórias entre as habituais Ana Carrasco e Maria Herrera a ter uma nova protagonista, Sara Sanchez, que com uma ajudinha do nosso Pedro Nuno Romero a seu lado na boxe, se estreou a vencer, contrariando pela primeira vez o domínio da dupla que tinha ganho tudo até aqui…

Outro facto, igualmente histórico, que a muitos dos 31mil espetadores presentes terá passado despercebido, foi terem pela primeira vez alinhado portugueses em todas as 3 classes mundiais:

Primeiro, Rafaela Peixoto, que já falou do sonho realizado que foi a sua participação de sucesso nas duas mangas do Mundial feminino WCR, a caminho de 22º e 20º, mas mais significante, a melhorar 3,5 segundos o seu ritmo da primeira para a segunda corrida, em estreia numa moto desconhecida em que mal treinara no seco… Fiquem de olho nela na final das SSP300 do CNV!

Depois, Gonçalo Ribeiro, nas muito competitivas Supersport, também ele prejudicado pelas condições nos treinos a levar a um par de quedas, para finalmente concluir em 21º a segunda corrida, mais uma vez numa moto nova e desconhecida para ele, alugada para a ocasião…

E finalmente, já num patamar diferente, as duas corridas de sucesso de Ivo Lopes, a caminho dos pontos em ambas as corridas principais. No caso do piloto da Honda MIE, não foi uma estreia… essa fora duas rondas antes, em Cremona, perto de Roma, ocasião igualmente auspiciosa. Nessa estreia (mais uma vez, equipa nova, pista desconhecida, moto desconhecida, pneus desconhecidos) Ivo bateu o seu colega de equipa Tarran Mackenzie, vastamente mais experiente, em ambas, embora acabando fora dos pontos em 22º e 20º.

Rápida passagem pelo Estoril em treinos privados entre provas, e no passado fim-de-semana achamos Ivo de novo aos comandos da Fireblade com o verde turquesa da Petronas, desta a caminho de uns treinos em que, no seco, esteve sempre e mais uma vez, à frente do colega de equipa Mackenzie… não podemos elogiar demais a participação do jovem na Amadora em relação a este: Mackenzie é um ex-Campeão Britânico de SBK, que venceu o competitivo BSB em 2021 com 10 vitórias antes de vir para o Mundial de SSP, onde já venceu…

Que o português, a usar a CBR RR feita de restos do lesionado regular Adam Norrodin, o tenha batido em todas as ocasiões menos na corrida Superpole, que não terminou, é um feito gigantesco… que quem sabe lhe granjeará um lugar permanente, que bem merece, no Campeonato…

As SBK estão mais empolgantes que nunca, e já têm lugar marcado em Portugal em 2025, em Portimão a 30 de Março e Estoril a 12 de Outubro. A não perder.

Paulo Araújo

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