- Pub -

No Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, assinalado ontem, a UNICEF revelou relatório com números assustadores.

Pelo menos 200 milhões de jovens e mulheres foram vítimas de mutilação em 30 países, de acordo com o último relatório da UNICEF, a agência da ONU para a infância. No entanto, metade desse total vive em três países apenas – Egipto, Etiópia e Indonésia.

A UNICEF considera que se deve aproveitar o momento para accionar mais mecanismos para combater uma prática violenta que deixa as mulheres marcadas para sempre. A prevalência da mutilação genital feminina (MGF) em meninas entre 15 e 19 anos está a diminuir. Nos últimos 30 anos, desceu 41 por cento na Libéria, 31 por cento no Burkina Faso, 30 por cento no Quénia e 27 por cento no Egipto.

Desde 2008, mais de 15 mil comunidades em 20 países afirmaram publicamente que iriam abandonar a prática, incluindo mais de duas mil comunidades no ano passado. Em cinco países foi aprovada legislação para a criminalizar e os dados da UNICEF indicam que a desaprovação da MGF tem vindo a espalhar-se e é já maioritária nos países onde existe informação sobre o assunto.

“Nunca como agora se tornou mais urgente – ou mais possível – acabar com a prática da MGF, evitando um incomensurável sofrimento humano e impulsionando a possibilidade das mulheres e das meninas terem um impacto positivo no mundo”, referiu o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, citado pelo site das Nações Unida.

A União Europeia (UE) reiterou o compromisso com a eliminação da MGF(MGF), forma de violência comparada à tortura.

“A UE está empenhada na eliminação dessa forma de violência escondida, comparável à tortura”, reitera o bloco, acrescentando que “a prática é uma violação injustificável dos direitos humanos e dos direitos da criança, bem como uma ameaça aos novos valores”.

“Cada ser humano, cada jovem, cada mulher tem o direito a viver livre da violência e da dor em todos os seus aspectos”, destacou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, no texto, divulgado em conjunto com o comissário europeu para o Desenvolvimento, Neven Mimica.

- Pub -

Deixe o seu comentário